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Foto do escritorFábio Ruiz

Watchmen – EUA – 2019




#Watchmen, série da HBO, baseada nas histórias em quadrinhos da DC publicadas entre 1986 e 1987, é um passeio por questões interessantíssimas da atualidade, o racismo, o preconceito em geral, a política e sua relação com as forças de segurança, no caso a polícia, cujos membros trabalham com máscaras e, às vezes, fantasias, e o FBI,e com a ciência, e o controle das massas pelo medo, em um mundo diferente do nosso, e centrado na personagem Angela Abar, policial conhecida como Sister Night.

O texto habilíssimo constrói uma trama complexa, e desvela, com artifícios bastante originais, mistérios, relações e associações inesperadas, tudo dentro de um contexto que transita entre o futurista e o saudosista, e cria personagens e conflitos interessantíssimos, especialmente, aqueles em torno do Doctor Manhattan, Jon, de Adrian Veidt, o Ozymandias, e Laurie Blake/Juspeczyk, personagens dos quadrinhos originais, e, em tempo de Coronavírus, não poderia ser mais atual, afinal, qual a diferença entre um vírus mortal inesperado e uma lula gigante caindo sobre Manhattan, matando milhões? Como diz a personagem Adrian, nada como o medo para manter a humanidade sob controle.




As múltiplas direções são muito boas e coesas. Regina King, o maior nome do elenco, faz jus ao seu Oscar, em excelente trabalho; Jeremy Irons, idem; Jean Smart, sempre competente; e Yahya Abdul-Mateen II é a grande surpresa do elenco com interpretações diferenciadas conforme as transformações da sua personagem, e o resto do elenco é muito bom, destaque para Tim Blake Nelson. A fotografia e arte são fantásticas, a música abusa um pouco dos clássicos, mas não se sobressai ao texto, e a edição é ótima.


Uma série muito bem realizada, abordando temas e questões deveras relevantes na atualidade, muito bem escrita e dirigida, é o que traz a HBO com Watchmen. Vale muito assistir.



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