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Foto do escritorCardoso Júnior

Velha Raposa - Taiwan – 2024

Analise 1.687

Iniciando a corrida pelo Oscar de Melhor Filme Internacional para o Oscar 2025, essa é, sem dúvida, a melhor fase do ano de um cinéfilo por permitir conhecer e vivenciar o cinema feito pelo mundo todo e não ficarmos presos tão somente as produções hollywoodianas, descobrindo verdadeiras pérolas da Sétima Arte.

Então, o indicado por Taiwan apresenta-nos uma nova abordagem sobre o tema “desigualdade social” ao nos contar a estória de um menino pobre de 11 anos, que mora com seu pai viúvo e que deseja fortemente que o pai saia do aluguel e compre uma casa própria.

Situado numa Taiwan nos anos 1980 quando houve o pico da bolsa de valores e depois a grande quebra, #OldFox, leva-nos pela jornada de amadurecimento dessa criança profundamente dividida entre os fortes valores morais do pai e do rico senhorio que não vê vantagem alguma na ética e o incentiva a fazer alianças com os fortes uma vez que os “empáticos” (como o pai) estão fadados ao sofrimento e a miséria.


O roteiro ampara-se nas excelentes interpretações de todo o elenco e no bom ritmo, no entanto, vários elementos na estória são desnecessários e as ligações de “afeto” entre os personagens são forçadas beirando o inverossímil embora contidas de belas e delicadas emoções distrativas para conquistar o público.


Sem querer ser uma peça de época e sem romantizar tanto a pobreza como a riqueza, vemos uma Taiwan sempre chuvosa e escurecida nos bairros pobres e a fotografia trabalha bem nos contrastes entre os escuros e iluminados cenários ricos, enquanto a trilha sonora em saxofone embala alguns belos momentos.


Toda ação centra-se no suspense se a confusa e multifacetada criança adotará os ensinamentos da rica e fria Velha Raposa que se especializou em explorar os fracos ou tenderá para o lado do honesto, compassivo e amoroso pai pobre, estabelecendo uma base narrativa em torno do que é moral e equidade e qual direção a criança tenderá.


Na verdade, tudo funciona perfeitamente e os deslizes do roteiro quase passam despercebidos, mas a questão da exploração do mais forte sobre o mais fraco certamente encantará muitos até porque nada mudou (se não piorou) no mundo atual.



No fim, uma curta cena final revela a opção tomada pelo do garoto (já um homem feito) muitos anos depois, deixando a cargo de espectador a interpretação dela.




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