Analise 1.715
Vinte anos após a morte do ator, Christopher Reeve, que personificou o personagem que abriu as portas para o gênero de super-herói no cinema, a Warner decidiu homenageá-lo com esse documentário que nos conta (ou relembra para muitos), sobre a ascensão de Reeve como estrela de cinema, até chegar ao trágico acidente em 1995, que o deixou tetraplégico.
Os diretores Ian Bonhôte e Peter Ettedgui não trabalham uma narrativa linear começando justamente pelo acidente, as notícias que chocaram o mundo e as indefinições dos médicos reacendendo em nós a dor e o choque da época enquanto a montagem vai traçando e alternando paralelos entre o início da carreira do ator e seus quatro filmes protagonizando o homem de aço, construindo um documentário que examina as minúcias do homem e do mito.
Explorando as dicotomias entre Reeve e o Superman, o documentário questiona ao mesmo tempo que “estuda” noções sobre heroísmo misturando ficção e realidade onde a força de vontade humana tem o poder de curar através de um hercúleo exercício mental comumente chamado de força de vontade que pode desafiar os imponderáveis limites humanos rumo a superação da decadência física desafiando os limites do corpo.
Utilizando-se de técnicas que se alternam entre imagens de arquivos familiares, entrevistas, depoimentos de amigos (Susan Sarandon, Glenn Close e Robin Williams) e computação gráfica, o mito invulnerável cede espaço para o homem que moveu seu mundo – assim como o mito – através de anos infindáveis de tratamentos e procedimentos elevar sua voz em prol de inúmeras pessoas com deficiência que pouquíssimos investimentos recebem por parte do governo.
Produzido pela HBO e distribuído pela Warner, este documentário já tão aclamado pelos festivais em que passa, compre com maestria sua função de informar ao público sobre o homem com vontade de aço que, a despeito de todas impossibilidades, tornou-se arauto de uma causa até então invisível enquanto empreendia sua luta diária pela vida, pois, como ele mesmo afirmava: “Quando você escolhe a esperança, tudo é possível”.
Super/Man – A História de Christopher Reeve é tocante, emocionante, relevante e muito inspiradora sem jamais se tornar apelativa e, por tudo isso, certamente estará com muito brilho na temporada de premiações.
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