#7Prisioneiros parte de uma ideia interessante, mas não original, para tratar o tema escravidão na atualidade no Brasil. O roteiro narra a estória de quatro jovens da roça, que vêm para a cidade de São Paulo com a promessa de emprego, mas são escravizados. O texto padece de superficialidade, e não provê conflitos, tensões e fatos que consubstanciem as transformações da protagonista, suciando incredulidade, tanto nos espectadores, quanto no ator, que, por ausência de estofo na dramaturgia, não consegue emplacar sua mudança, por mais patente que a trama a deixe. As conexões com a polícia e a política também carecem de lastro narrativo, e se atêm ao óbvio, milícia e seus envolvimentos com políticos, sem qualquer explicação ou nexos causais. Sem estofo o roteiro segue para um final cada vez mais previsível conforme o tempo passa.
A direção é regular, e não sabe usar excertos sem dramaturgia, que acabam por confundir o espectador que acreditam ser passagens de tempo, mas não as são, tornando-se apenas imagens vazias. A condução dos atores é fraca, e Rodrigo Santoro, nem Christian Malheiros criam personagens, sucumbindo a estereótipos clichês. Santoro tenta, mas não consegue, conceder a vileza necessária à personagem, parecendo um mocinho fazendo cara de mau. Já Christian não logra na transição de sua personagem, muito pela superficialidade dos conflitos e tensões, e o resto do elenco é apenas bom. A música, pueril, tenta fazer a correção da escravidão corrente, com a dos negros no século retrasado, sem motivos, além das narrativas correntes de racismo sistêmico. Demais critérios técnicos oscilam entre o regular e o bom.
#SetePrisioneiros almeja dissertar sobre a escravidão na atualidade em nosso país, entretanto a superficialidade da dramaturgia é tanta, que a narrativa se perde em si mesma, sem grandes evoluções.
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