Analise 1.695
O indicado da Hungria para "Melhor Filme Internacional" no Oscar 2025, nos conta sobre a vida do médico e obstetra húngaro, Ignaz Semmelweis, que, em meados do século XIX, enfrentou uma grande epidemia com altíssima taxa de mortalidade entre mães e seus bebês, dentro do maior hospital da Europa, em Viena, e sua aguerrida luta, contra tudo e todos para descobrir o que causava a doença, tornando-se, por fim, conhecido mundialmente como o “Salvador das mães” por introduzir procedimentos antissépticos e desenvolver a teoria dos germes nas doenças.
#Semmelweis se passa em 1847, na mesma época da riquíssima Viena da imperatriz Sisi, mas a direção opta pertinentemente por focar a população das ruas, das mulheres pobres, dos becos e das dependências do hospital tornando-se algo claustrofóbico e escuro (embora tenha a cena de um baile da classe alta), e coloca uma lupa no modo de ser do protagonista, um homem desprovido de tato e trato social que, no entanto, é o epíteto da perseverança e do desapego em prol de salvar vidas indo bravamente contra o establishment médico do hospital, da cidade e da medicina da época e, mesmo quando obtém sucesso nas sua pesquisa, ainda tem que enfrentar tramas de egos inflados que tentam desacreditá-lo.
A película ainda insere um romance improvável como subtrama, entretanto, pese a importância da história, o roteiro perde frequentemente seu pico de interesse em suas duas longas horas enveredando por alguns clichês para reforço da dramatização tornando-se algo previsível, ainda que tecnicamente seja irrepreensível.
Mesmo assim, a descoberta da correta assepsia das mãos e objetos nos hospitais (vista com muito descrédito na época) apenas 150 anos atrás, merece ser conhecida pelos espectadores mesmo que seu “inventor” até hoje, não mereça mais que pequenas notas de rodapés nos tratados e condutas sobre a contaminação por bactérias, germes e vírus.
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