O candidato do Brasil na categoria Melhor Filme Internacional no Oscar 2024, é um legítimo fantasma melancólico arrastando pesadas correntes por todo o tempo de visualização. E o pior: O dito fantasma não fica invisível em suas mais que morosas e delongadas uma hora e trinta minutos de penúria.
Com uma certa aura de documentário, é uma experiência que só pode ser digerida caso o espectador se engaje e aceite a premissa melancólica- saudosista - narcisista de um longa tão abertamente pessoal quanto regional e desprovido de qualquer genialidade e interesse internacional.
Infelizmente o cineasta brasileiro mais conhecido internacionalmente, Kleber Mendonça, sem dúvida tem seu público e apela discretamente para a memória dele citando seus trabalhos anteriores dentro de uma proposta tão intimista quanto presunçosa.
Embora o texto da narrativa em primeira pessoa seja interessante e até poético - filosófico no quesito urbano na análise de lugares e pessoas fazendo uma saudosa revisitada aos cinemas de rua, a magia deles e as imagens do arquivo pessoal do diretor, lidando com várias texturas, sejam um ótimo registro do passado, o que fica mesmo em #RetratosFantasmas é uma vontade enorme de rever “Medianeiras” (2011) ou mesmo “Cinema Paradiso” (1990).
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