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  • Foto do escritorCardoso Júnior

Orgulho e Revolução – Espanha- 2024

Analise nº 1.681

O Vencedor do Goya (Oscar Espanhol), na categoria de melhor canção original, passado numa Sevilha nos anos 1977, onde a homossexualidade é considerada crime passível de prisão, e que marca o início dos protestos contra a lei da “periculosidade e reabilitação social¨ criada sob a ditadura de franco, para controlar e banir todo e qualquer elemento humano considerado um perigo moral para a sociedade, é uma delícia de se assistir.

 

Fugindo habilidosamente da panfletagem, a abordagem do diretor impressiona tanto nos aspectos técnicos bem como no roteiro que retrata um momento onde o regime – e a sociedade - ainda é drasticamente homofóbico, mas foca de maneira leve e nada apelativa construindo uma comédia repleta de   angústias e terror, que se encaixam naturalmente numa trama alegre e impactante sem perder a crítica e a combatividade.


Inteligentemente o roteiro cria um protagonista (um jovem que aspira uma carreira musical começando por um programa popular da TV de então), para, naturalmente, transferir esse protagonismo para sua mãe (uma viúva quase homofóbica que vai, por força das circunstâncias, transformando-se em militante da causa gay), que não só recebe a maior atenção da narrativa como nos proporciona os melhores momentos da película incluindo um verdadeiro show de performance artística.

Com ótimas atuações do elenco principal e dos excelentes coadjuvantes, #OrgulhoeRevolução se destaca também pela primorosa reconstituição de época através das locações, figurinos, maquiagem, fotografia e direção de arte, levando-nos com estrema facilidade para a atmosfera dos anos 1970 saltando de becos e bares sombrios para espaços abertos onde o coletivo passa a reivindicar o direito de existirem e pôr fim a exclusão sofrida a décadas.

#TeEstoyAmandoLocamente, título em espanhol, refere-se à canção título e nunca a uma história de amor como pode parecer - a não ser o amor indestrutível de uma mãe- e ainda nos oferta uma trilha sonora contagiante com as músicas da época levando-nos inapelavelmente para um delicioso clima nostálgico, mas sempre divertido e algo surpreendente.

 

Eficaz em sua proposta de nos trazer uma história bem pouco conhecida, que, no entanto, reverbera em direitos e liberdades que vemos na contemporaneidade, Orgulho e Revolução, ainda que não seja um trabalho perfeito, é sólido, doloroso, agradável e importante por recordar as lutas e conquistas que modificaram os direitos pois, “ainda que as coisas estejam mudando, não mudaram ainda.”



 

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