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Foto do escritorFábio Ruiz

O Duque – Reino Unido – 2020


#TheDuke seria um excelente filme, não fosse o proselitismo ideológico incutido na estória. A trama, baseada na história real de Kempton Buton, que, em 1961, roubou da National Gallery o quadro do Duque de Wellington pintado por Francisco de Goya, até a retomada da cena do julgamento de Kempton, da qual um excerto abre o filme, gira em torno do ativismo social de Kempton, que busca a isenção da taxa televisiva para uso do canal da BBC para idosos. O roteiro é muito bem escrito e funcional, apesar de um tanto maçante. Entretanto, quando da referida cena, o texto descamba para a doutrinação ideológica promovendo diretivas comunistas, como o ateísmo, que parece conflitar com comportamentos pregressos da personagem, e a preponderância do coletivo sobre o indivíduo, quebrada pela dramaturgia quando a verdade sobre o roubo do quadro é revelada, desvelando também a motivação nobre, mas particular e individual, de Kempton estar respondendo por tal crime, e a razão real deste, enevoando os motivos distintos alegados pelo advogado de defesa da protagonista.

A direção de Roger Michell é muito boa até a cena do julgamento, quando perde a mão, não somente das tomadas, como do elenco e dos extras, que se comportam como o coletivo proletariado, desqualificando o seu trabalho. Jim Broadbent e Helen Mirren estão brilhantes, pecando apenas o primeiro também na referida cena. Fionn Whitehead é uma agradável surpresa, entregando uma personagem crível em todos os momentos. Critérios técnicos são muito bons, destaque para a reconstrução de época, em cenários e figurinos, e na música, que surpreende pelo despojamento. #ODuque é mais um filme onde a preocupação com as mensagens ou proselitismos suplanta a com a dramaturgia, em detrimento completo do resultado final. Vale pelas atuações.



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