#MishaAndTheWolves, escrito e dirigido por Sam Hobkinson, narra a história de Misha Defonseca, suposta sobrevivente do Holocausto. O texto é extremamente oportuno no sequenciamento e encadeamento dos fatos, criando diversas reviravoltas e mistérios, que mantém o espectador interessado até o final, e é ainda mais oportuno, quando faz-se analogias com o mundo atual, onde narrativas estão sendo forçadas na população, e o direito de questioná-las é cerceado. Em um momento crucial do documentário, uma verdadeira sobrevivente afirma que só conseguiram desvendar toda a trama, pois puderam decidir o que questionar, ou não, sempre durante o processo, que culminou no desvelamento da verdadeira história de Misha, e, assim, também, ilustrando como se é capaz de viver e acreditar piamente em narrativas, quando o senso crítico está ausente ou é subjugado pela ambição. Um roteiro primoroso e educativo, especialmente, em tempos de pandemia e suas narrativas.
A direção de Sam é magnífica, intercalando entrevistas e excertos ficcionais, inclusive animados, que se combinam perfeitamente constituindo uma narrativa relevante, inteligente e interessante, com a participação de uma atriz, excelente, no papel de Misha, que se recusou a participar do documentário.
#MishaEOsLobos é exemplar do que todos os documentários deveriam almejar, imparcial, explorando miríades de facetas e pontos de vista, franco, direto, e, surpreendentemente, desprovido do “politicamente correto” Imperdível.
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