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Foto do escritorCardoso Júnior

MINARI - EUA - 2020


Vencedor do prêmio do público e do júri no Festival de Sundance/2020, #Minari, baseado na vida do diretor Lee Isaac Chung, trata da adaptação de uma família sul-coreana à vida nos EUA, ou seja, mais uma outra história sobre imigrantes tão em voga ultimamente.

O que o diferencia dos demais é a visão de mundo e de situações vista pelos olhos de uma criança, o carismático David, que rouba quase todas as cenas e a inusitada avó que faz uma dupla perfeita com ele e, claro, o pai, a mãe e o ajudante da fazenda onde toda a história basicamente é desenvolvida fazendo da obra um filme de ótimos atores interpretando o tal choque cultural na busca de um pertencimento.

Ok que a direção apresenta uma especialíssima capacidade de capturar pequenas cenas e conduzi-las a muitos momentos maiores, cerzidos em sua maioria por uma veracidade humana repleta de pequenas gentilezas seja nos diálogos, seja na bela fotografia ou mesmo na delicada trilha sonora fazendo de uma história bastante trivial algo muito naturalista pra pontuar a resiliência humana.

As tensões geradas pelas lutas diárias de um casal com compreensões diferentes do que seria melhor para o núcleo familiar, nem sempre são mantidas, alternando brevemente com belas tomadas externas que quebram não a imersão emocional, mas diluem a cadencia e a profundidade do drama em prol de alguns simbolismos funcionais.

Por fim, #Minari, com seus toques de graça e humor leve, nos leva a seu epílogo imprevisível e assustador onde o comportamento humano é amplificado não mais pelo desejo do pertencimento comunitário e sim pelas conexões intimas geradas pelas perdas que sedimentam superações e fortificam laços de uniões familiares.

Nada de muito novo sob o sol, porém muito bem contado.



Ps1: “As coisas que se escondem são mais perigosas e assustadoras"


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