#MilagreNaCela7, representante turco nos Oscars, é um filme realizado com tal intento, pois traz todos os elementos atrativos em tais premiações, um drama sociopolítico, durante ditadura militar, envolvendo injustiças sociais, crianças, um pai com idade mental da filha, idosos, cenas melancólicas, enfim, tudo que atrai seus votantes. Entretanto, apesar de apelativo, o texto é eximiamente escrito, apresentando e evoluindo conflitos na medida certa, lançando mão de inteligentes quebras em seu fluxo temporal que adicionam ao mistério, às reviravoltas e às contundências, cria personagens consubstanciadas e as evolui organicamente em sua espinha dorsal, enfim, tudo que um ótimo roteiro deveria contemplar, mesmo que imbuído de certa pieguice.
A direção corrobora o roteiro com maestria, valorizando todos os pontos valorosos deste, especialmente, a transformação das personagens. Aras Bulut Iynemli, O Memo, pai desabilitado acusado de um crime que não cometeu, em atuação impecável, adiciona demais às peripécias da dupla que forma com personagem da sua filha, interpretada pela carismática Nisa Sofiya Aksongur, mas além do brilhantismo das protagonistas, todo elenco é bastante coeso, proficiente, e valoriza muito o texto interpretado. A fotografia é excelente, a música segue a linha direcional, a reconstrução de época, cenários e figurinos, são ótimos, idem, a edição.
#YedinciKogustakiMucize, um drama contundente, belo, interessante, com interpretações diferenciadas, mas que expõe claramente suas intenções: ser bem sucedido na temporada de premiações, e, visto o filme, não deve ficar de fora. Vale muito assistir.
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