O candidato da Grécia à uma vaga entre os melhores filmes Internacionais no Oscar 2021, passou pelo Festival de Veneza e Toronto trazendo uma premissa simples: Se te fosse dada a possibilidade de esquecer tudo sobre sua vida você iria querer?
“Apples” é um drama desenvolvido a partir de um roteiro muito estranho (uma pandemia de amnésia assola o mundo), que nos faz acompanhar inicialmente o primeiro atingido e, em seguida, uma mulher nas mesmas condições, vivenciando com eles um “tratamento” médico que os obriga á uma série de pequenas tarefas em busca de uma nunca confirmada cura para o problema.
Com um toque de “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças” sob uma ótica bem parecida de um Yorgos Lanthimos, mas sem a genialidade dele, #Apples, parece querer nos provocar a questionar sobre socialização e inclusão social através de uma narrativa tão apática quanto seu protagonista dentro de um ritmo oscilante e deixando alguns hiatos explicativos diante de fatos importantes.
A estética minimalista do vazio onde transitam os personagens em contraponto com a vida pulsante que está sempre nos planos de fundo, surge como algo muito interessante criando um intrincado e bizarro mistério sobre a existência ou inexistência de uma memória seletiva trabalhada em tela através de muitos silêncios, ambientações gélidas e uma solidão emocional muito incomoda.
Com um design que privilegia tons pasteis, essa experiência bastante incomum permeada por trilha sonora nostálgica e repleta de simbolismos de difíceis conexões, parece questionar-nos se esquecer todo um passado seria uma tristeza irreparável ou uma benção para uma continuação.
Seja como for, hermetismo sempre é frustrante.
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