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Foto do escritorCardoso Júnior

Maestro – EUA – 2023



Produzido, co-reteirizado, dirigido e protagonizado por Bradley Cooper, essa cinebio conta-nos a história do mundialmente conhecido e respeitadíssimo músico, compositor e maestro, Leonard Bernstein, autor de obras memoráveis dentre as quais inúmeros musicais famosos na Broadway.

 



O roteiro cumpre com eficácia a difícil tarefa de conseguir acoplar a carreira do retratado enquanto mantém o foco central em sua muito feliz porem perturbada vida amorosa. A narrativa também cumpre bem a questão da bissexualidade do gênio, sem explorá-la com arquétipos de nenhum tipo, apenas mostrando-a através de rápidas imagens isentas de qualquer julgamento.




Visualmente, #Maestro, inicia, prometendo muito numa crescente expectativa através de um interessantíssimo plano sequência e se nos atermos as questões técnicas da obra, podemos esperar muito requinte, esmero e primor em toda ela. Chega a parecer incrível que Cooper, em seu apenas segundo trabalho de direção, consiga orquestrar tão harmonicamente aspectos visuais, sonoros amparando atuações potentes, não só a dele, mas também da sempre espetacular Carey Mulligan que já deveria ter um Oscar desde sua tremenda atuação no espetacular “Educação” de 2009.

 

A fotografia é inspiradíssima começando com P&B de alto contaste, evoluindo para registros granulados que, por sua vez resultam em paletas vivas levando-nos e situando-nos no auge dos anos 70, servindo a perfeição par ressaltar a passagem do tempo bem como as variadas proporções de tela.

A reconstituição de época é impecável desde a impressionante cenografia como os variadíssimos figurinos e cabelos, culminando na trilha sonora que costura magnificamente bem toda a proposta.

 


Para completar o “tecnicamente falando”, Cooper trabalha muito bem seus planos sequencias evitando uma chata profusão de cortes e ainda nos brinda com alguns incríveis planos gerais extremamente cabíveis nas cenas o que resulta em nada mal para uma segunda direção.

 



Quanto ao roteiro, com nítido foco principal numa bela história de amor de mais de 25 anos, encontramos ótimos e potentes diálogos muito bem encaixados nas respectivas épocas, mas, porém, contudo, não consegui ver nenhum momento que realmente me empolgasse ou mesmo me emocionasse. Tudo é tão natural, tão normal, tão casual, tão aceitável que a resultância é morna e despida de impactos que poderiam gerar emoções no espectador. Mesmo a maravilhosa cena na catedral, a despeito de sua inegável beleza, é tão fria quantos as seculares pedras das góticas colunatas.

 



Enfim, em bom português, a história central de Maestro é contada de maneira insossa e insípida fazendo cócegas no dedo para ser acelerada e, concluindo, passada a temporada de premiações será um filme facilmente esquecido...se não fosse por Carey Mulligan.   




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