Analise 1.711
O candidato a uma vaga no Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional é uma comédia dramática com toques de ousadia e análise de costumes que preenche com leveza uma tarde chuvosa.
Partindo de um plot simples onde uma mulher independente vai para uma conservadora vila, na Malásia, e abre uma loja de lingeries sensuais para espanto, curiosidade e ira de seus moradores, dividindo opiniões e provocando uma verdadeira convulsão na pacata e arcaica localidade.
O diretor e roteirista, Halim, calibra muito bem sua estória sobre censuras retrógradas e arbitrárias sem escorregar para uma crítica a religião, afinal, “Alá tudo vê” - brada o líder da aldeia – que se sente responsável pela pureza dos aldeões.
Na verdade, La Luna, com seu ótimo timing para comédia de situações, insere algumas sub camadas bem importantes como interessantes, mas no fundo é um trabalho sobre como os regimes ditatoriais temem as mudanças que possam interferir nas rígidas regras que regulam os comportamentos, principalmente os de cunho sexual.
Eis um trabalho bem corajoso, bem simples, bem feito, com bons personagens e diálogos e, ainda que não traga nenhuma grandeza em sua proposta, nem mesmo inovações, é um filme extremamente simpático que acrescentará bons momentos no tempo dispensado a sua apreciação.
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