Analise 1.720
Uma vez que Cinema de Verdade dificilmente se encontra em blockbusters manipulados pela engrenagem milionária das propagandas caça níqueis, é impossível não falar do Cinema Arte que, em sua maioria, não se deixa enganar e nem participar desses estratagemas de captar e capitalizar uma manada menos afeita a Sétima Arte.
Assim sendo, seria praticamente impossível não falar sobre o último trabalho lançado agora pela lenda viva, ganhadora de nada menos que quatro Oscars ao longo de seus 94 anos de idade, nos brindou com obras inesquecíveis (para cinéfilos de verdade), até porque, provavelmente, este será sua última investida cinematográfica.
Jurado nº 2, dirigido por ninguém menos que Clint Eastwood nada mais é que um sólido drama de tribunal (feito no atualmente raro estilo dos anos 1980/1990), que não dispensa uma boa dose de suspense narrativo que ousa provocar mentes adultas sobre a linha muito tênue que desafia uma consciência dividida entre fazer o certo ou o errado, criando um plot tão instigador quanto perturbador.
Ainda que seja um filme nitidamente de orçamento médio, reúne nomes de peso como: Toni Collette, JK Simmons, Kiefer Sutherland e Nicholas Hoult (claro que todo cinéfilo conhece) e ainda, de quebra, voltar a sensual cidade de Savannah como locação onde filmou um dos seus grandes clássicos que pode ser lido aqui.
Isto posto, jurado nº2 foi muito bem recebido pela crítica ESPECIALIZADA entrando nela com um impressionante índice aprovação de 92% que, como todos sabem, é altíssimo, pois dentro de um filme aparentemente pequeno, Clint, em sua sabedoria, questiona os mecanismos da justiça e demonstra como a sociedade ainda é tacanha quando elege seus heróis e até que ponto um homem pode falhar consigo mesmo.
O clássico trabalho de câmera do diretor de fotografia aliado ao design de som proporcionam uma imersão profunda nas emoções de todos os direta ou indiretamente envolvidos no brutal assassinato, fazendo com que o pico de interesse só vá aumentando à medida que o originalíssimo e tortuoso roteiro avança.
Culpado ou inocente, ainda que em um filme de tribunal, não é a questão que interessa ao realizador, pois desde o começo sabemos a verdade e o que cabe ao seleto público é debater e opinar sobre o ponto onde a moral se divide entre heroísmo e ignomínia.
Assim sendo, eis um roteiro elegantemente tão retrô quanto robusto vindo de um artista que não precisa provar mais nada para ninguém.
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