Eis mais um representante de uma tendência recente e não tão recente assim (mas sempre louvável), do cinema americano de retratar os anos sessenta e a luta pelos direitos civis dos afrodescendentes nos EUA. Apenas esse ano vários trabalhos tiveram essa importante abordagem em produções de muitos méritos e, #JudasandtheBlackMessiah, se não é o melhor desta safra, é, com certeza, uma produção respeitável!
Ao fazer a cinebio de Fred Hampton, o militante e carismático ativista, vice presidente dos Panteras negras (que aparece discretamente em “Os Sete de Chicago” – análise nº 1.323), o diretor Shaka King traz pras novas gerações um olhar afiado não apenas sobre o homem e seu antagonista, mas também um panorama muito bem montado e descrito sobre a turbulenta época utilizando-se, logo no início, recortes de discursos que irão direcionar todo o bem estruturado e linear roteiro que prende a atenção em suas duas horas de duração.
Tecnicamente primoroso, no quesito fotografia, iluminação, trilha sonora, figurinos e edição, #JudaseoMessiasNegro tem como expoente as atuações do energético Daniel Kaluuya e do fantástico e dúbio Lakeith Stanfield (corra), bem como do ótimo elenco de apoio mantendo-se firme no propósito de contar uma história sobre vários tipos de relacionamentos humanos sem vieses políticos e tecendo de forma e repleta de suspense um intrincado jogo de poderes.
Assim, esse drama biográfico, retrato de uma década angustiante e socialmente explosiva, seria perfeito não fosse a o alongamento causado pela inserção de um clipe do documentário, “Eyes On The Prize II” e da guinada final para o modo convencional com o longo material pós-crédito.
TRAILER:
Ps1: disponível na HBO Max.
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