Selecionado entre os cinco melhores documentários em curta-metragem no Oscar 2024, #Invincible é uma obra do diretor René-Lortie que resolve não só contar a verdadeira história de um amigo de adolescência como homenageá-lo ao fazer.
Então, partindo de história verídica sobre o problemático jovem de 14 anos começamos a conhece-lo no exato momento em que toma uma decisão fatídica, rapidamente alterada para dias antes dela e podemos acompanhar, não sem bastante angústia, seu último final de semana junto a sua amorosa família antes de voltar contrariado para uma instituição de detenção para jovens problemáticos da qual está obviamente determinado a fugir.
Com roteiro bastante simples e no tempo de apenas trinta minutos, essa dolorosa viagem emocional fala-nos sobre problemas de saúde mental aparentemente não detectados e, definitivamente não diagnosticados nem devidamente tratados dentro de um conjunto de falhas humanas e institucionais que infelizmente levam à tragédia.
Toda a alma dessa história está na excepcional performance do jovem ator que mergulha em seu papel traduzindo um misto de emoções, ora extremamente vulnerável, ora perturbado pela raiva, angústia, depressão, revolta e determinação suicida de livrar-se de seus desconhecidos demônios que habitam seu âmago tornando todo o contexto dolorosamente crível.
A direção opta por uma fotografia visualmente lírica, quase onírica enquanto trabalha com enquadramentos fechados e muitas tomadas em close-ups que fortalecem as emoções do jovem fazendo-nos ver, literalmente, o momento da vida de uma criança que cometeu um erro grave, mas paga por ele de forma dura demais para sua frágil estrutura emocional.
Invencível é um curta contundentemente intimista e muito complexo dentro de uma narrativa muito simples, mas que nos leva a pensar sobre a atual geração, as vezes tão...sensível e o impacto que decisões erradas de pais amorosos e de um sistema incompetente pode ter na vida de tantos outros meninos.
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