O indicado da Dinamarca à Melhor Filme Internacional no #Oscar2023, é baseado em fatos ocorridos na cidade de Mashhad, Irã, entre os anos de 2000 e 2001.
O cinema dinamarquês tem nos brindado com obras brilhantes (A Caça, O Amante da Rainha, Culpa e Mais uma Rodada), apenas para citar quatro deles, no entanto, #HolySpider que tinha tudo para entrar nessa lista, deixa a ótima oportunidade escapar entre os dedos, embora acerte algumas boas pinceladas que apenas esboçam o que poderia ter sido.
O tema “serial killer” é, por si só, algo que funciona no cinema e, quando acrescido de questões sociais como a misoginia e o fanatismo religioso da sociedade iraniana, a trama tende a alçar um outro patamar.
O olhar sobre o assassino, sua “causa”, sua amorosa, correta e pacata vida familiar justapondo sua brutalidade homicida também é algo que apresenta questões diferenciais do gênero prometendo uma trama repleta de ineditismos, grandes surpresas e muita originalidade.
Contudo, a divisão em nítidos dois atos: o da caça as vítimas, a busca pelo criminoso e o filme de tribunal que se segue, embora ofereça ao espectador algumas bem vindas incertezas (ler suspenses), e algumas indignações, perde o peso da crítica ao sistema de justiça iraniano, preferindo mais exemplificar com delicadeza que com destreza.
Para um tema que nos oferece algumas cenas de violência impactante, o roteiro perde a coragem de trazer com mais força e veemência a cruel visão iraniana sobre as mulheres e seu lugar na sociedade daquele país.
Mas já é uma denúncia, mesmo em tom ameno.
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