O representante da Tailândia no Oscar 2021, parte da premissa de que ao descartarmos de nossas casas todos objetos que não “despertem alegria” ao serem vistos ou tocados, nunca nos libertaremos do passado e, por conseguinte, não construiremos um futuro.
O tema memória emocional x desapego é muito amplo e complexo, principalmente quando mistura duas gerações distantes cronologicamente e distintas maneiras de lidar com o passado imiscuindo fortes indiferenças com grandes apegos, mas o roteiro vai construindo, aos poucos, um enredo baseado no cotidiano uma narrativa que prende o expectador pelo seu desenvolvimento com marcante foco em sentimentos profundos.
Esse complexo processo – jogar tudo no lixo- para atingir um minimalismo destituído de entraves, é refletido em toda a estética fílmica que vai lentamente acrescentando e desencadeando o aparecimento de novas camadas psicológicas amplificando o contexto para descobertas de necessárias maneiras de administrar arrependimentos arraigados e dores não superadas no difícil processo de crescimento.
Assim, #HappyOldYear, que ainda conta com excelentes e minimalistas atuações, apenas peca nas tomadas mais morosas do cinema asiático – algo que pode desestimular um pouco ansiosos ocidentais – mas traz em seu bojo um tema muito empático que provoca magníficas reflexões sobre a vida e a tênue divisória entre liberdade de ação e egoísmos inerentes.
Vale muito ver!
Ps1: Disponível em streaming;
Ps2: “Sacos de lixo são como buracos negros. Quando joga algo lá, a coisa desaparece. Se não vemos mais, não lembramos mais.
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