Análise nº 1.677
Documentário filmado em Cannes e lançado este ano, #FayeEntreLuzese Sombras, não é só uma viagem pela vida e carreira da bela e talentosa Faye Dunaway, mas também um trabalho dirigido para cinéfilos de longa data que acompanharam sua brilhante carreira em Hollywood – começando pelo icônico “Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas”, de 1967, - bem como um “desvendamento” do mito de ser uma estrela dificílima dado aos seus rompantes e explosões de humor.
Aproveitando a deixa que um dos melhores filmes, de Hollywood, “Chinatown”, completa 50 anos, o documentário entrevista em um quarto de hotel a diva, hoje com 83 anos, fazendo uma retrospectiva de sua vida desde uma menina filha de um pai alcoólatra (que segundo a própria a levou a ter problemas sérios com a bebida), passando por materiais de arquivo de suas brilhantes interpretações nos anos 1960 e 1970, (para os saudosistas um verdadeiro deleite), suas várias indicações ao Oscar culminando com a vitória por “Rede de Intrigas”, 1976, sobre o poder da televisão, tema ainda muito discutido atualmente.
Faye explica sem tentar justificar seu temperamento agressivo / explosivo /perfeccionista nos sets de filmagem revelando questões de saúde mental como o transtorno de bipolaridade que a levava de momentos de verdadeira ira para momentos depressivos que, felizmente, foi e ainda é controlado por medicações certas que a mantêm equilibrada embora dentro da própria gravação deixa escapar algumas discretas alterações de humor.
Com poucos depoimentos de colegas de profissão – apenas Sharon Stone e Mickey Rourke – o documentário também traça um perfil por trás da estrela revelando a mulher que foi pioneira em retratar nas telas mulheres empoderadas, liberadas e sexualmente ativas, algo que vinha de encontro aos movimentos feministas de então, fazendo dela uma atriz que não só fascinava os homens ao mesmo tempo que lhes incutia medo, e seus relacionamentos e vários casamentos com artistas mega reconhecidos na época.
Por fim, depois de uma viagem aos gloriosos tempos de Hollywood, Faye, finalmente, fala sobre seu filho adotivo – que está presente nas gravações - revelando aspectos que nunca chegaram ao domínio público e, também comenta sobre sua “derrocada” como atriz ao personificar Bete Daves no hoje cult “Mamãezinha Querida”, de 1980, e, isso tudo, aos 83 anos, mantendo a postura imponente e atemorizadora que também fizeram dela uma lenda do cinema.
Ah, o tempo...esse canalha!
TRAILER
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