#Exilio, indicado do Kosovo ao #Oscar2022 de Melhor Filme Internacional, sim, a Academia é woke, e renomeou seu prêmio para ser “politicamente correta”, não fosse isso um paradoxo por definição. #Exil narra a estória de Xhafer, imigrante do Kosovo, vivendo na Alemanha, casado com uma alemã, cuja mãe não sabe pronunciar corretamente o nome de seu genro, que diante de situações bizarras envolvendo o seu trabalho, sente-se discriminado por sua nacionalidade, acabando por acirrar todas as rusgas xenofóbicas, assim interpretadas por ele. Apesar de ser uma narrativa em terceira pessoa, o texto parece estar sendo narrado por Xhafer, contemplando sempre seus pontos de vista, até quase o desfecho quando se torna imperativo o conhecimento de outros, além de outros fatos, que transformam sua visão do mundo ao seu redor. O roteiro constrói muito bem a trama, elevando os conflitos, conforme desvela novas situações que agudizam os dilemas da protagonista. E, a cena final reacende sensações, mesmo depois de suas resoluções.
A direção de Visar Morina, também roteirista, é ótima e consegue construir com imagens e interpretações essa pseudo-narrativa em primeira pessoa, dentro de uma típica de terceira, envolvendo o espectador nas dúvidas e questionamentos de Xhafer, interpretado pelo excelente Misel Maticevic, alemão, filho de imigrantes croatas, que junto com o diretor constrói a espinha dorsal de sua personagem como se dessa fosse o narrador. A música é muito mal desenvolvida para adicionar tensões, e acaba por incomodar na maioria das vezes, do que adicionar ao texto. Fotografia, arte e edição são competentes.
#Exile, um filme interessante sobre as perspectivas de um imigrante de situações, por mais pequenas e desprezíveis que pareçam, que o fazem sentir um peixe fora da água. Vale assistir.
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