A série em 10 episódios de uns 45 minutos cada, na plataforma da AppleTV+, tem grandes méritos uma vez que seu criador, Akiva Goldsman, ganhou um Oscar por melhor roteiro adaptado por “Uma mente brilhante” em 2022.
Seguindo o mesmo caminho, adaptando o aclamado romance não ficcional “The Mind of Billy Milligan” que discorre sobre o transtorno dissociativo de identidade fazendo um extraordinário estudo sobre a psique humana enquanto transita entre thriller policial e suspense psicológico, à medida que investiga um crime através do aprofundamento na mente do criminoso.
Muito embora não seja a primeira vez que essa história chega aos cinemas – “Fragmentado” 2017), a abordagem é muito diferente centrando 80% de sua dramaturgia em uma sala de interrogatório / terapia eliminando muitas das personalidades do protagonista e ainda dando espaço para que os principais coadjuvantes tenham suas histórias expostas.
Com uma surpreendente reconstituição dos anos 1970, a produção tem uma mais que acertada fotografia, cenografia e diálogos contando com uma interpretação corretíssima de Tom Holland e Amanda Seyfried.
Entretanto, o roteiro de #EntreEstranhos peca ao criar e esticar um mistério, um suspense por tempo demais onde, a maioria de nós já conhece a história, mas trabalha muito bem na abordagem das questões mentais para criar as viradas na trama expondo as consequências de traumas profundos e abusos constantes na mente do protagonista.
E, embora tenha um final mais que coerente, #TheCrowdedRoom desperdiça a força de toda a história amenizando o impacto dramatúrgico.
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