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Foto do escritorCardoso Júnior

Asia- Israel - 2021


Escolhido para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Internacional e sem conseguir entrar no seleto rol dos 15 semifinalistas, este emocionante drama sobre relacionamento maternal e filial, (que me fez lembrar vagamente de “Supernova” Análise nº 1.414), pelo contexto de amor, abnegação e desvelo, é uma peça sensível escrita e dirigida por Ruthy Pribar que consegue prender a atenção com duas personagens muito verdadeiras e contemporâneas.

Centrando a ação principalmente em um pequeno apartamento em Jerusalém, a direção faz uso de algumas tomadas do exterior onde a vida anônima flui normalmente enquanto enquadra nossas protagonistas vivenciando seus dramas também anônimos para a cidade dando-nos a impressão de que, apenas nós acompanhamos como voyeurs essa pequena estória repleta de camadas emocionais que vão, lentamente, fazendo uma mais que bem feita construção de clima até seu ápice final.


A intimista relação de Asia e Vika (mãe e filha), esse estudo apurado de duas personagens comuns numa situação incomum, poderia facilmente descambar para o terreno do melodrama lacrimejante, porém a econômica narrativa aliada a humanística abordagem e autenticas interpretações do duo principal vão compondo uma gama de aflitivas comoções ampliadas pela bela trilha em piano e que não conseguimos nos libertar até o rompimento final.


Assim, o despretensioso #Asia, com seus ligeiros 85 minutos, configura-se num drama adulto e familiar sobre duas mulheres solitárias que negam sucumbir a auto piedade estabelecendo um vínculo sereno e fraternal diante de uma realidade tempestuosa que, por misturar tragédia com beleza, merece ser visto e vivenciado por todos.




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