Analise 1.733
Representante da Noruega no Oscar 2025 e que logrou entrar para a seleta lista dos 15 semifinalistas entre 85 candidatos de vários países é a estreia na direção de Halfdan Ullmann Tøndel. Tøndel que é neto de Liv Ullmann e Ingmar Bergman, o que não é pouca coisa.
Infelizmente, ao tentar seguir os passos da família, Armand é um thriller psicológico sobre moral no qual o roteiro abre como um provável sucesso onde somos colocados dentro de um caldeirão em ebulição, com poucas informações sobre fatos e personagens e a dinâmica entre eles prendendo-nos a atenção para um desenrolar que não sustenta a ótima premissa inicial.
Partindo de uma denúncia séria sobre uma ocorrência entre dois jovens alunos, de uma escola primária que evolui para um campo de batalha entre pais e professores e funcionários pedagógicos numa tarde escura e em uma escola vazia, que geram uma série de acusações entre o corpo docente e as duas famílias envolvidas. Na verdade, nunca sabemos o que aconteceu de verdade entre as duas crianças, mas vamos, aos poucos descobrindo fatos sobre os adultos da trama.
Ainda que levante inúmeras questões sobre saúde mental, paternidade e procedimentos escolares para garantir a segurança dos alunos, Armand esquece ou não quer oferecer nenhuma solução para o público preferindo optar por uma série de cenas surreais que põe por terra o grande esforço desprendido para construir uma magnífica proposta inicial concluindo de forma obtusa numa clara desconstrução de um roteiro que teria tudo para brilhar de forma Bergmaniana.
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