O representante da Argentina e pré-selecionado entre os 15 melhores na categoria Melhor Filme Internacional no #Oscar2023, é um drama de tribunal sobre o processo civil contra a junta Militar argentina responsável pela tortura e desaparecimento de milhares de pessoas durante a ditadura vigente nos anos 1976 a 1983.
Tendo esse fato histórico como premissa, o roteiro permeia bem a questão do recolhimento das provas da acusação com a vida pessoal do promotor do caso e de alguns dos envolvidos ampliando o fato para captar e retratar o estado de ânimo da traumatizada sociedade argentina de então, num ótimo trabalho de reconstituição de época.
No entanto, essa abertura do foco principal (político), para várias cenas dos núcleos familiares, impõem a existência de várias cenas que acabam tornando o longa de 2 horas e 20 minutos um tanto quanto cansativo uma vez que, o pico de atenção e tensão fica diluído em algumas cenas nitidamente desnecessárias.
É essa alternância entre aspectos públicos do processo do julgamento e o privado de alguns dos envolvidos que diluem a atenção do público uma vez que, mesmo para quem não conheça a história, o final anuncia-se previsível desde o início por mais que pareça, inicialmente, impossível.
Ainda que conte com boas interpretações de todo o elenco e com uma relevante história que precisava ser contada, #Argentina1985, tropeça intencionalmente em seu próprio ritmo, tornando-se apenas uma história necessária, infelizmente despida das tensões e emoções que estavam em seu bojo.
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