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Foto do escritorFábio Ruiz

Adu – Espanha – 2020


#Adu, roteiro de Alejandro Hernández, é um filme que reforça agendas ideológicas, da esquerda e dos progressistas. Um texto de elenco de conjunto, o título foca, estrategicamente, na personagem Adu, que, circunstancialmente, conecta todas as espinhas dorsais, desenvolvendo as tramas “secundárias” também imbuídas de narrativas conceptivas. A primeira tratando do abuso de poder de forças policiais contra imigrantes e negros e, consequentes, injustiças, a segunda acerca do imperialismo centrado na personagem Gonzalo, e da frivolidade e criminalidade dos jovens brancos europeus versus o desprendimento e determinação dos jovens negros imigrantes, constituindo cenários que reforçam narrativas promovidas pela imprensa mundial, como a de racismo sistêmico.

Destoa não demonizarem, como fizeram com muro erguido por Trump na fronteira do México, aquele que cerca a cidade espanhola Melilla no continente africano e primeira porta de entrada na UE, com cercas de arame farpado, evidenciando os duplos padrões cada vez mais frequentes na atualidade, oriundos das narrativas ficcionais da vida real. Dito isso, é uma trama muito bem contada, que acerta nos apelos emocionais, que corroboram ideologias, por sua contundência, mas erra, tornando eventos mais previsíveis, pois é só escolher o curso de ação mais pungente para cada vereda ficcional.


A direção de Salvador Calvo acerta mais do que o texto, e é excelente. Suas escolhas de enquadramentos e distanciamentos são primorosas, e adicionam à comoção, vide última cena de Adu e Alika no avião, e a última de Adu e Massar, na fronteira do Marrocos, ambas previsíveis. O elenco infanto-juvenil corrobora a pungência com atuações tocantes, e Álvaro Cervantes é o grande destaque do elenco, exprimindo com precisão as dicotomias que afligem sua personagem. Os critérios técnicos mantém o alto padrão das produções Netflix, destaque para a belíssima fotografia.

Adu conta uma comovente estória, nem tão original, mas muito bem desenvolvida, que vêm imbuída de demais proselitismos, nada muito diferente do que se observa no cinema da atualidade, cujos realizadores preocupam-se mais com as mensagens transmitidas do que com a trama propriamente dita, denegrindo o produto final para atingirem seus objetivos.





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