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Foto do escritorCardoso Júnior

A Incrível História de Henry Sugar – Reino Unido -2023

 



Indicado ao Oscar 2024 na categoria de Melhor Curta Live Action, essa adaptação do conto homônimo, faz parte de uma tetralogia de curtas-metragens dirigidas pelo genial diretor Wes Anderson, de Asteroid City (analise nº 1.590), apenas para citar um único de seus geniais e peculiares trabalhos, onde, mais uma vez, seguindo o molde de seu genial ‘O Grande Hotel Budapeste” (Analisado em 9 de junho de 2014), Anderson lança mão com maestria - seguindo seu estilo único – de um conto dentro do outro que leva a outros, formatando uma narrativa mega, hiper dinâmica e com brilhantes variações dramáticas.


Anderson até que começa lento em sua introdução, mas à medida que que a estória evolui a minutagem das cenas vai se tornando cada vez mais frenética -e quase difícil de acompanhar – para quem não está acostumado ao seu estilo, sempre com diálogos muito rápidos, conectados por um narrador, como as rápidas e inteligentes trocas de cenários e figurinos em cena aberta, sempre dentro de sua única e exclusiva concepção visual / cinematográfica que o consagrou mundialmente.


A estruturação do diretor de um conto onde há tantas implicações conceituais como: relações sociais, moral, ética e transformações interiores levadas a cabo pelo lado espiritual ou místico do humano alterando destino de uma vida e, consequentemente, de milhares de outras, só é possível em 38 minutinhos graças a uma direção de arte ímpar na forma que liga comédia irreverente com absurdo como só ele sabe fazer.


Aqui o cineasta cria personagens memoráveis em seus diálogos e monólogos afiadíssimos e, ainda ousa brincar de esculpir falsas perspectivas visuais para reforçar uma ilusão de realismo misturando com precisão várias técnicas cinematográficas dentro de um ritmo que vai numa espiral crescente do nosso pico de atenção até quase retermos a respiração. Se, como insisto, cinema é uma estória muito bem contada, Anderson representa esse conceito magistralmente dando um verdadeiro show de inventividade sem perder, em momento algum, a linha da coerência da diegese.



E, soltando o ar livremente agora, aproveito pra registrar as presenças de: Benedict Cumberbatch, Ralph Fiennes, Bem Kingsley e Dev Patel no quinteto que se reveza em personagens.

Eis um trabalho com assinatura tão visível que já é o vencedor da categoria. Imbatível!

PS: recomendo assistir com um dedo no "pause".



1 commento


claudiajpcf
02 feb

Torcendo por esse curta desde já! É sensacional!

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