#ThePersonalHistoryOfDavidCopperfield, baseado no romance homônimo de Charles Dickens, tem ideias promissoras, mas infelizmente não as consegue levar a cabo. David é o narrador, e assim o texto o coloca dentro da história que conta, mas falha em suas funções e também na sua presença, pois desaparece sem explicações ou motivos, apesar de manter uma dialética fundada no fluxo de pensamentos do narrador, falhando muitas vezes em encadeá-los significativamente, perdendo, em muitas ocasiões, a conexão, descambando para o escatológico e o rocambolesco. O texto imprime também ritmos, que, equivocados, confundem mais do que conduzem o espectador pela espinha dorsal da trama.
A direção de Armando Iannucci se perde nas intenções do texto, e o que deveria ser cômico tornar-se confuso, vide todas as cenas de grupo, que parecem não ter direcionamentos e transpiram amadorismo. Armando também se perde no ritmo do roteiro e acaba por produzir imagens de difícil intercalação prejudicando demais a edição, que acaba por ser fraca. O elenco, excelente, salva o resultado final de um desastre total e, especialmente Tilda Swinton, Hugh Laurie, Dev Patel e Ben Whishaw, o último, irreconhecível e brilhante, conseguem lançar luzes ao caos do roteiro e da direção. Estranha não haver indicações a prêmios para Whishaw, e as de Dev Patel são justíssimas. Fotografia, música, cenários e figurinos são ótimos.
#AHistoriaPessoalDeDavidCopperfield, um filme baseado em um livro interessante, com potencial para alcançar voos mais altos, mas que plaina baixo por roteiro e direção fracos. Uma pena.
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