#Seberg, escrito por Joe Shrapnel e Anna Waterhouse, está longe de uma biografia da atriz, ícone da Nouvelle Vague, e enfoca o envolvimento da atriz com o Partido dos Pantera Negra, período em que foi alvo do projeto FBI-COINTELPRO, uma iniciativa secreta, às vezes ilegal, para neutralizar, difamando, expondo, desacreditando personalidades e grupos, como a KKK, organizações feministas, ambientalistas, socialistas, ... E, tal extratificação provoca falta de empatia com o tema, pois Seberg viveu grande parte de sua vida na França, e faleceu em 1979, sendo, atualmente, desconhecida por grande parcela da sociedade. Apesar disso, o roteiro narra uma estória fechada, relevante e interessante, apresentando as perspectivas da atriz e de um agente do FBI encarregado de sua investigação.
Dito isso, Kristen Stewart está em sua melhor atuação, ainda com seu estilo reprimido, amainado em diversas cenas onde, melhor, parece relaxar, mas que impacta o entendimento das transformações da personagem. Em algumas cenas, vê-se, nitidamente, Bella Swan, da saga Crepúsculo, entre outras personagens, e o destaque do elenco vai para Jack O’Connell, o agente do FBI, que equilibra perfeitamente a humanidade e o profissionalismo de um espião, tornando a trama mais interessante; para Margaret Qualley, a sua esposa e a adolescente sapeca de Era Uma Vez Em... Hollywood; e para Zazie Beetz, de Joker, como a esposa do ativista Hakim Jamal, interpretado por Anthony Mackie, que padece da mesma questão de Stewart, pouco diferenciando sua atuação de outras, inclusive em filmes da Marvel. A direção do pouco experiente Benedict Andrews é ótima e sagaz, evitando expor Stewart em cenas mais contundentes. A produção e arte são ótimas, contextualizando muito bem o filme em seu período histórico, a fotografia é excelente, e a música muito boa.
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