#JustMercy, baseado em fatos reais, encontra Walter McMillian preso injustamente pelo assassinato da jovem Ronda Morrison e Bryan Stevenson estudando direito em Havard e estagiando no sistema penal no corredor da morte, que o inspira a lutar pelas injustiças do sistema, que erra em um a cada nove casos de pena capital.
O roteiro de Destin Daniel Cretton e Andrew Lanham, baseado no livro de Stevenson, comete o mesmo equívoco de tantos outros que pretendem narrar uma estória já contada diversas vezes: não inova a dramaturgia, e delega sua originalidade à contundência dos fatos, que, até certo ponto, funciona, mas ao longo da projeção é possível elencar títulos onde determinada cena ou forma de contar já foi vista anteriormente. Dito isso, a história é contundente, expondo no sul estado-unidense, onde as questões raciais são realmente prementes, as diferentes justiças para negros e brancos, expondo as injustiças de seu sistema jurídico, e questiona também a eficácia e eficiência da aplicação da pena de morte, quando erros são cometidos em um dentre nove casos capitais.
A direção de Destin Daniel Cretton também não diferencia o produto de outros já vistos, caindo no comum, e apresenta a austeridade como sua maior qualidade, evitando entrar em veredas clichês e apelativas. Michael B. Jordan e Jamie Foxx, excelentes, entregam atuações contundentes, mas sem expressividade para premiações. Jordan se mostra um expoente, alguém que vale ser observado, e Foxx está em seu melhor papel após receber o Oscar. Brie Larson, competente, não se destaca, mas, também, não faz feio, e o resto do elenco é muito bom. Critérios técnicos, fotografia, música, arte, e edição, não comprometem a qualidade, mas, também, não a distinguem.
#LutaPorJustiça traz uma estória interessante e contundente, e suscita reflexões, sempre válidas, sobre a justiça americana, a pena e o corredor da morte. Vale conferir.
Em Cartaz.
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