#OPreçodaVerdade é um suspense jurídico que trata da contaminação mundial pela substância conhecida como PFOA-C8, indivisível, ou seja, não é eliminada após absorvida, mais utilizada na manufatura do teflon, que contaminou 99% da vida no planeta.
O roteiro de Mario Correa e Matthew Michael Carnahan, baseado no artigo de Nathaniel Rich no New York Times, traz uma trama bastante similar a outros do gênero, mais estreitamente com Erin Brockovich, sem originalidade dramatúrgica além daquelas inerentes ao assunto, que apesar de interessante e alarmante, não surpreendem essas heranças das pesquisas e desenvolvimentos das décadas 50, 60, e 70, quando as maiores preocupações eram a evolução tecnológica e, obviamente, o lucro, sem grandes considerações das questões sanitárias e de saúde. O grande valor do texto reside em recobrar tema de vital importância, quando estamos cada vez mais propensos a incorporar em nossos hábitos novas tecnologias, inclusive virtuais, sem nos questionar de seus riscos inerentes. Alguém já se perguntou das questões que as redes sociais podem ocasionar?
A direção de Todd Haynes é competente, com maior destaque na condução dos atores, e imprime tons escuros e sombras para acentuar o agravo temático. Anne Hathaway é o grande destaque no elenco construindo e transformando com grande habilidade uma personagem que perfaz quase duas décadas. Mark Ruffalo pouco evolui a sua, em boa atuação, Tim Robbins carece das qualidades que o distinguiram no passado, e Bill Pullman, algumas vezes canastrão, não faz muito diferente do usual. A fotografia tonaliza muito bem o enredo, e é muito feliz em ambientes escuros, a música também contextualiza a estória, intensificando a relevância do enredo. Arte e edição são hábeis.
#DarkWaters, torna-se relevante pelo tema e a dimensão dos fatos retratados, mas, dramaturgicamente, não inova na forma de contá-los. Vale conferir.
Em Cartaz.
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