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Foto do escritorCardoso Júnior

Para Sama - Reino Unido-2019

Atualizado: 20 de ago. de 2020


O que sempre há de mais impressionante no gênero documentário, sempre é o fator “coragem” ou “destemor” que envolve não apenas roteiristas, diretores, realizadores e “atores” envolvidos no processo de construção. São todos limítrofes entre magníficos thrillers de suspense, terror, jornalismo e drama, constituindo uma categoria a parte do cinema, infelizmente menos apreciada ou vista pelos amantes da Sétima Arte. Grande erro!

Assim, o vencedor do British Independent Film Awards 2019, (produções independentes britânicas), candidato ao #Oscar2020 dirigido pela jovem e bela cineasta Waad Al-Khateab, produz um diário contando e registrando, para a filha Sama, a vida, o cotidiano (e as mortes), na cidade de Alepo em plena guerra civil na Síria, não poupando ninguém de apresentar imagens devastadoras, captadas apenas com um celular, das atrocidades e barbáries cometidas pelo governo, enquanto abre um leque mais “esperançoso” de uma rotina entre bombas onde cabe um pedido de casamento, uma gestação e um feliz nascimento.

Essa premissa, esse ângulo documental, sem dúvida, provoca no expectador um fortíssimo impacto emocional fazendo com que ele repense suas lamúrias e reclamações diárias no seu conforto e tranqüilidade ocidental em contraponto com o inferno cinza criado pelas bombas vistas explodindo do lado de fora do quarto de crianças inocentes. E, ainda assim a vida segue seu curso guiada por um instinto de sobrevivência espantoso.

Alternando trágicos momentos com a inesperada e natural intimidade de um casal resiliente, #ForSama provoca-nos uma montanha russa ( e síria), de emoções alternantes e poderosas em sua descontinuada linha do tempo, através de montagem competente unindo presente, passado e possibilidades escassas de futuro, ainda que alguns artifícios técnicos ( trilha, tomadas demoradas), soem desnecessários como reforço dramático diante de tais imagens. O contraste dos registros tremidos (reais) com tomadas aéreas, também chega para “prejudicar” a estética inicialmente proposta , mas não invalidam a inevitável empatia com a família e a causa.

Questionar a permanência dos protagonistas dentro de local tão perigoso é inevitável, mas não fosse essa coragem altruísta e quase suicida, o mundo nunca teria acesso a esse genocídio escabroso e nem a devastadora sensação de como é viver o dia a dia dentro de uma guerra.

Não é só Para Sama, é para o mundo!

Ps1: Disponível em VOD

TRAILER

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