A minissérie de apenas quatro episódios com dezesseis minutos cada, que sagrou-se vencedora no Emmy Internacional 2019, é uma interessante parceria da National Geographic com a Intel, no intuito de apresentar quatro histórias distintas, sobre diferentes pessoas- artistas que se propuseram a buscar soluções através da tecnologia para problemas da e na cidade de São Paulo.
Utilizando-se de tom documental em seus curtos projetos- capítulos, “Refugiados Invisíveis” - primeiro e mais sensível deles - faz uso da fotografia para trazer-nos a dimensão numérica e estatística de quantos e de onde são os que hoje habitam a grande metrópole, desviando-se da “parte triste” da situação, focando na superação individual, retratada através do gigantesco painel fixado na fachada de um prédio da região central da cidade. O “Eu Somos” foca nos moradores de uma periferia que decidiram revitalizar uma decrépita pista de skate com objetivo de transformá-la em ponto de encontro, estimulando pessoas na ocupação e melhor utilização de um espaço público propiciando a inclusão. Já em “Buracos Escuros”, do terceiro episódio, acompanhamos a instalação de um orgânico projeto de iluminação dos espaços escuros da cidade, em especial no teto interior de um viaduto, com objetivo de trazer mais segurança e a conseqüente ocupação humana desses espaços urbanos. E, por fim, em “Meu Coração Bate Como o Seu”, vemos a criação, confecção e instalação de uma escultura interativa tubular em uma praça pública com o objetivo de criar não só um memorial a resistência LGBT como um espaço de auto-ajuda.
Assim, #HackTheCity, com seus artistas e obras, é um interessante e bem documentado registro de intervenções urbanas que buscam suavizar o individualismo brutal e a solidão nas grandes metrópoles pela exposição em locais de grande trafego humano. Infelizmente, a narrativa sobre os ótimos projetos e instalações, fecha nas realizações deixando o expectador frustrado pela curiosidade com resultados concretos das propostas.
Ps1: A produção que estreou em setembro/19 no canal National Geographic e está disponível no YouTube .
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