Esse trabalho serve para sustentar a tese: “Se está na Netflix a chance de ser tralha é muito grande mesmo que venha embrulhada em papel dourado”. E é esse o caso de #ORei do diretor australiano David Michôd muito, mas muito levemente baseado na tetralogia de William Shakespeare.
Ao deixar de apostar nos “fatos” e fazer uma releitura nos moldes “a Teenagers history”, (para cativar tal público), não só comete um desserviço histórico sobre a Guerra dos Cem Anos como arrasta-se escurecidamente por três longos e tediosos atos.
O roteiro de Michôd e Joel Edgerton (e diálogos), lamentavelmente abre mão da poética shakespeariana, empobrecendo a fonte histórica, usando o genérico pra construir um épico aos moldes de “Game of Thrones”, não querendo aprofundar-se na questão cerne do bardo, que sempre transita por “destinos versus tragédias”, optando por ficar numa superfície apenas comercial sem acrescentar nada de entusiástico ao tema.
Lamenta-se.
A ótima trilha sonora mantém à duras penas a atmosfera dramática, Joel Edgerton e Sean Harris cumprem suas funções, Robert Pattinson rouba as cenas de alívio cômico, mas é na brilhante conjunção do espetacular elenco “juvenil” que O Rei encontra seu poder. A grande promessa do cinema, Thomasin McKenzie, (“Sem Rastros’ e “Coelho Jojo”, Análises 925 e 1.143), mesmo em rápida aparição encanta da mesma forma que Lily-Rose Depp (a quem se deve ficar de olho vivo) e, claro, no cada vez mais impressionante Timothée Chalamet (com sua beleza natural,sem artifícios e modismos), que, por seu desempenho magistral, assume a coroa do maior ator jovem da atualidade, assegurando um reinado, agora, já sem nenhuma dúvida, próspero e longevo no reino da Sétima Arte.
E viva o rei!
Ps1: Disponível na #Netflix
Ps2: É afrontoso banalizar Shakespeare para ser comercial.
Ps3: Imagens inéditas em: www.academiadecinema.net/
Ps4: “Um rei não tem amigos; um rei tem apenas seguidores e inimigos”
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