#ORelatório, filme da Amazon Studios, narra as investigações, conduzidas pelo Senado americano, acerca dos métodos de interrogatórios melhorados, utilizados pela CIA, após os atentados de 11 de setembro, em prisioneiros.
O roteiro de Scott Z. Burns, de o Ultimato Bourne, preza pela austeridade, para contar uma estória delicada, mas imprescindível, que expõe não somente as ações da CIA, mas também dos governos Bush e Cheney, e da sociedade americana, sob a influencia do terror, e do que o medo permitiu sancionar em seu nome. O texto encadeia, com primor, muitas idas e vindas no tempo e demais informações sem causar confusões ou desconexões da trama, construindo-a imbuída de suspenses políticos. O simples fato de que esta chega às telas grandes, apesar das pressões relatadas, que evidenciam falhas em todos os regimes, é a maior prova da liberdade constituída pela democracia americana, que, facilmente, seriam enterradas e jamais viriam à tona, se passadas em outros regimes.
A direção, também de Burns, é ótima, e surpreende, vista a sua pouca experiência, tanto por suas escolhas de planos, distanciamentos, e movimentos de câmera, como também na condução dos atores, entretanto, repete-se demais, vide as imagens da portaria do complexo secreto da CIA. Adam Driver, excelente, faz jus ao seu protagonismo, entregando uma personagem muito bem construída, que reforça a austeridade necessária ao tema, sem perder a paixão, necessária à conclusão de sua missão. Annette Bening não fica atrás com sua interpretação da Senadora Dianne Feinstein, responsável pela investigação. O resto do elenco, ótimo, conta com Jon Hamm, Michael C. Hall, Maura Tierney, Matthew Rhys, entre outros. A fotografia, excelente, corrobora a contextualização temporal, a música, a circunspecção, a arte, o realismo, e a edição é muito boa.
#TheReport é um filme, que mais do que contar uma história relevante, é uma demonstração de liberdade de expressão em regimes democráticos. Vale assistir.
Em cartaz.
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