Indicada juntamente com o Brasil (Se Eu Fechar os Olhos Agora ), ao Emmy Internacional, essa minissérie de 4 episódios produzida pela sempre ótima HULU, é um fascinante drama e um potente thriller psicológico que, utilizando-se de plot muito simples (o encontro de dois barcos carregados com realidades diferentes), cria uma trama moderna sobre impasses morais gerado intrincado quebra-cabeças emocional que amarra o espectador na continuidade, fazendo-o alternar suspeitas, simpatias, conceitos e preconceitos.
Com direção firme, essa obra ficcional roteiriza bonito sobre como errôneas decisões modificam drasticamente o rumo de vidas, como a ótica de cada pessoa perante sufrágios podem ser diferentes e, como a ausência de comunicação humana em um mundo tão conectado tecnologicamente pode ser assustadora.
Embora a “situação de conflito” seja idêntica ao ótimo “STVX” (análise nº 1.043), aqui os problemas são ampliados e multiplicados num perspicaz roteiro que navega por aparente conjuntura de terror, desvia-se dos canais de vinganças, evita atracar em mais um drama de tribunal, mantendo-se nas águas turbulentas das culpas e perdões e de seus respectivos lastros.
Intercalando de forma mais que eficiente seus desdobramentos entre presente e passado (atos e conseqüências), #SafeHarbor apresenta-nos personagens comuns, ( mas com profundidade), que transitam por áreas limítrofes da moralidade sem cair na armadilha do mocinho e vilão, expondo com muita habilidade uma gama de sentimentos genuínos facilmente reconhecidos por nós.
Tecnicamente muito eficiente em sua proposta de manter o pico de tensão e suspeitas sem necessitar de clichês hollywoodianos do gênero (perseguições, explosões, armas, tiros, violência etc..), avolumando a aposta para além de sua incrível abertura, oscilando entre o sinistro e a dúvida expandidos pela trilha sonora e fortes interpretações.
Assim, nesse incômodo conto sobre a complexa situação de refugiados versus privilegiados, sobre ajuda ou autopreservação, #SafeHarbor estica sua corda na tensão máxima destacando-se como importante instigadora de reflexões configurando-se superior a candidata brasileira por sua amplitude pessoal e internacional merecendo apreciação do público ávido de produções incomuns.
Ps1: Disponível em VOD
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