O Urso de Ouro, prêmio máximo do Festival de Berlim, considerado um dos mais importantes do cinema mundial, escolhe trabalhos muito inusitados para um publico muito especial. Há 10 anos que acompanho todos os vencedores e, com exceção de "A separação" (2011) e com boa vontade, "Táxi Teerã" (2015), confesso que os vencedores não me conquistaram pelo formato.
Então, não me surpreendi ao me esforçar para acompanhar e chegar ao fim de #Synonyms já que sua proposta anticonvencional busca na normalidade cotidiana provocar um incômodo que desafia o espectador para provocar importantes reflexões sem antes cativá-lo apresentando seus personagens, intenções e sentimentos motivacionais usando o artifício da incógnita sem suspense por tempo demais.
O diretor roteirista Navad Lapid, do razoável “A Professora do Jardim de Infância, 2014” utiliza-se de várias figuras de estilo para traçar sua visão do mundo atual fazendo das imagens seu modelo narrativo o que abre inúmeras possibilidades para a criação de lacunas que vão gerando, aos poucos, não apenas o desinteresse como também certo tédio por conta de uma edição que confusa entre prolongamentos e cortes.
A aplicar essa estética do imagético onde uma câmera nervosa alterna imagens tremulas com enquadramentos fixos, e diálogos simplórios que vez por outra remetem à literatura no bom trio de atores centrais, o roteiro trabalha enviesado sobre a questão da valorização exacerbada de países estrangeiros e quando, por fim, a narrativa fecha seu inteligente sentido, você estará se sentindo como alguém que esmurrou seguida e violentamente uma porta que não cedeu.
TRAILER
Ps1: Distribuído pela #FênixFilmes, tem estréia marcada aqui em: 21/11/19