Jeanne vai ao Japão em busca de uma erva lendária que ressurge a cada 997 anos, e em suas florestas descobre muito mais do que esperava. O roteiro de Naomi Kawase, que também o dirige, apesar de abusar de imagens destituídas de dramaturgia, mas que adicionam beleza e miram o poético, faz uma boa introdução, mas se perde no desenvolvimento, e na conclusão.
Roteiristas deveriam ter em mente, ao escreverem seus textos, que os espectadores, como os leitores, reescreverão suas narrativas, criando as suas próprias, mas, para tal acontecer, sua dramaturgia deve muni-los de informações, visuais e textuais, e conexões o suficiente para que consigam construir uma história com a qual se identificam e se conectam. Vision falha nesse quesito, pois há tantas hipóteses abertas, tantas pontas soltas, que torna muito difícil a criação de uma trama, com a qual o espectador consiga se consubstanciar. O roteiro há de deixar espaço para reflexão, se não se torna óbvio, mas demais questões, não resolvidas ou mal resolvidas, quebram a cognição e dificultam a identificação.
TRAILER