Stevie, um adolescente de treze anos, de uma família desfeita, ou que nunca existiu, vive com sua mãe ausente e seu irmão problemático e abusivo, todos, sem perspectivas maiores do que a sobrevivência, em meados dos anos noventa, que peculiares, percebe-se os efeitos da sociedade pós-moderna, quando o conceito de família torna-se fluído.
Com roteiro e direção de Jonah Hill, #Mid90s exibe estética de filme amador, como aqueles gravados em filmadoras VHS, bastante populares na época, tanto na fotografia, quanto no formato da projeção, e narra a trajetória do adolescente que, na busca de seu lugar no mundo, aproxima-se de um grupo de skatistas ainda adolescentes, de diversas origens e histórias de vidas, mas todos na procura de seus lugares ao sol, mas, em distopias, cada um encontra caminhos diferentes, permeados pela insegurança, a ânsia por aceitação e “status quos” dentro do grupo, a autoafirmação, e as idiossincrasias da vida em sociedade, como ciúmes e invejas, e colocando-os na rota de diversos perigos que os levam ao clímax e conclusão.
A direção de Jonah é interessante, na escolha da estética, de planos e aproximações, mas um tanto repetitiva. O menino Sunny Suljic, muito carismático, cativa e prende atenções. Lucas Hedges, o melhor em cena, cria personagem sólida e repleta de sutis singularidades, apesar de pouquíssimo tempo em cena. Katherine Waterston, como a mãe, faz um belo trabalho. O elenco adolescente é, prioritariamente, muito bom, com desvios, para cima ou para baixo, realce para Na-kel Smith, como Ray. A reconstituição de época é excelente, mas, às vezes, um tanto óbvia, colocando elementos clichês da época em muita evidência com tal intento.
#Anos90 extrafica um período interessante na vida do adolescente Stevie e o acompanha em aventuras e desventuras na busca pela aceitação, própria e por outros, e por veredas onde seguir, mesmo que perigosas. Vale assistir.
Em cartaz. #DiamondFilmes #DiamondFilms #A24
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