É claro que qualquer cinéfilo ao deparar com uma Isabelle Huppert no elenco em um trabalho que marca o retorno de Neil Jordan à direção (Entrevista com o Vampiro, Traídos pelo desejo, etc.), tendo de brinde a bonitinha Chloë Grace Moretz prometendo um thriller de suspense, vai assistir com expectativas bem altas.
Infelizmente Jordan, ao tentar uma “brincadeira” com os clichês do gênero, sacrifica o realismo gerando um desapontamento com as situações que passam a exigir do expectador grande suspensão de descrença o que, em muita das vezes, gera o riso aberto onde era pra produzir tensões numa trama de suspense, sustos e reviravoltas.
Ao entregar para Huppert o papel de uma psicopata ou “stalker”, o óbvio é que ela garanta o show com sua profundidade e elegância cênica, embora sua personagem careça em muito de maiores explicações e ou motivações enquanto o de Chloë, salta muito rápido de mulher empoderada para menina apavorada e o pequeno elenco de apoio nem chega a dizer a que veio.
Ok que Jordan tenta apresentar em #Greta, um estudo psicológico sobre a solidão que pode gerar perversões que vitimam os ingênuos nos dias atuais, mas as situações contextuais nunca escapam do já batido padrão do “gato e rato”, pondo por terra também essa intenção.
A competente fotografia em tons pasteis chama a atenção enquanto a trilha sonora tenta ampliar o suspense ao longo das uma hora e quarenta minutos, mas o roteiro repleto de peripécias e momentos inverossímeis, quase desanda, mas quase mesmo, para o burlesco perdendo o pico de tensão até em sua solução / surpresa final.
Mas, claro, vale por Isabelle Huppert.
Ps1 : Lançado pela #GaleriaDistribuidora, tem estreia prevista para Junho/19
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