#PetSematary, baseado no livro homônimo de Stephen King, é lançado exatamente trinta anos do primeiro, de abril de 1989. Apesar de manter, estruturalmente, a espinha dorsal dramatúrgica do livro e de seu precursor, almejou inovações para desses se distanciar, entretanto, apesar da proposta interessante, essas, infelizmente, banalizam as suas fontes.
O roteiro de Jeff Buhler, baseado na história para o cinema de Matt Greenberg, é funcional, e desenvolve e demarca cada uma de suas fases com propriedade, a história flui similar ao primeiro até o segundo incidente, quando acontece a primeira significante alteração para distingui-lo, que é instigante, mas cujos desdobramentos deixam a desejar. O texto ainda versa sobre a crença de vida após a morte, sobre ceticismo, fé, culpa, e fantasmas do passado, quebrando paradigmas das personagens e invertendo papéis conforme os fatos se sucedem.
A direção de Kevin Kölsch, Dennis Widmyer é muito boa, e acentua as tensões e terrores previstos no texto, tão bem, que quase ofusca as banalidades adicionadas pela mudança do original. Jason Clarke, o Louis, está melhor do que suas outras atuações, mas escorrega em uma cena em que grita no cemitério maldito, ferindo a verossimilhança. Amy Seimetz, mesmo não sendo uma excelente atriz, entrega um trabalho justo como a esposa de Louis. Jeté Laurence e Hugo Lavoie, como os filhos do casal, surpreendem por sua pouca idade, especialmente o mais novo, e John Lithgow, excelente, salva o elenco e, provavelmente, o filme. A edição é ótima; a fotografia é excelente, especialmente nas cenas noturnas; a música contribui com os terrores, bem como a arte e os efeitos especiais.
#CemitérioMaldito é uma justa tentativa de inovar em uma história já contada, mas que se perde em seus desdobramentos, que banalizam as questões metafísicas da história, mas é bem-sucedida nos muitos sustos e terrores. Para quem gosta do estilo, vale a ida ao cinema.
Em cartaz. #Paramount #ParamountBrasil
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