O candidato da Alemanha ao Oscar 2019 que chegou aos cinco finalistas e que também foi indicado na categoria de Melhor Fotografia, fazendo bonito no Globo de Ouro e em inúmeros festivais internacionais, é um “masterpiece” da cinematografia mundial. Belíssimo!
O mais que prestigiado e já vencedor do Oscar, o diretor roteirista, Florian Henckel von Donnersmarck, ( A Vida Dos Outros-2007), reúne uma equipe de profissionais altamente qualificados para apresentar um elegantíssimo trabalho livremente inspirado na vida do excepcional pintor, ainda vivo, Gerhard Richter, e tratar de temas tão profundos quanto vitais para a evolução do ser humano: As artes como veículo de provocações que geram grandes pensamentos e grandes pensadores, que geram revoluções, que retratam épocas, períodos, e que, às vezes, são enquadradas em moldes para servirem às causas de governos totalitários. Como se não bastasse um tema tão rico, Donnersmarck ainda utiliza-se de uma bela história de amor e sobrevivência para focar nos trinta anos em que a Alemanha foi vitimada e dizimada pelo nazismo e o socialismo subseqüente. Uau!
Ok, impossível tratar com maestria e criatividade de tais temas de forma rápida e superficial, então deixo aqui um alerta para amantes de entretenimentos banais: Não vejam! #NeverLookAway é Cinema em sua essência mais pura e, para tanto, necessita de vitais três horas para a perfeita construção de suas personagens mesmo que esse tempo não seja em nada sentido por uma platéia mais afeita ao verdadeiro cinema; aquele sem adrenalina, fantasias pueris e “defeitos” especiais.
Isto posto, #WerkohneAutor, com seu magnífico trabalho de reconstrução de três décadas através dos figurinos, cenografias, externas e objetos, tem como destaque a indescritível fotografia de Caleb Deschanel - capitulo a parte tamanha a gama da paleta de cores e o show de iluminação e luz- aliada a potente trilha sonora de Max Richter, a brilhante e minimalista atuação de Tom Schilling (do já comentado “A Dama Dourada”-2016), o magnetismo de uma Paula Beer (do também já comentado “Frantz”-2016), a mega participação de Saskia Rosendahl (do comentado “Lore”), de todo o impressionante elenco de apoio, do roteiro linear e original sobre as ironias da vida, dos diálogos portentosos que formam o eixo entre ideologia, política, censura e a necessária liberdade de expressão na arte como referendo do eu indiviso e nunca do coletivo.
Assim, esse conto épico (muito maior que “Roma”), mais que postular o belo, nos leva à uma viagem histórica importante no presente momento mundial, e ainda ousa fechar seu terceiro ato com uma epifania a memória afetiva para que você Nuca Deixe de Lembrar. Magnificente!
Ps1: Ainda inédito no circuito comercial brasileiro por conta dos inúmeros Blockbusters que ocupam espaços e não acrescentam nada.
Ps2: “Tudo que é verdadeiro, é belo”
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