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Foto do escritorFábio Ruiz

Dumbo – EUA – 2019

Atualizado: 18 de jul. de 2020


O melhor de Dumbo, de Tim Burton, é Dumbo, propriamente dito. Dito isso, a versão animada do desenho de 1941, subverte o foco do original, da ótica dos animais para a dos humanos, criando a sua própria história, que mantém semelhanças com a primeira, mas, ao mesmo tempo, diferenças. Dumbo é um desenho um tanto soturno, nebuloso, esteticamente escuro, psicodélico, inclusive, não obstante à direção de Tim Burton, mas o oposto, o diretor foi a escolha perfeita para a sua condução. Ehhen Kruger, roteirista de Irmãos Grimm, tem o desafio de fazer uma versão animada de um desenho onde a maioria das personagens são animais, apenas uma humana, imbuída de face distinta, o dono do circo, as outras ou não tem face, ou essas estão cobertas de maquilagem, na penumbra ou no escuro, ou seja, um texto, literalmente, selvagem. Kruger, inteligentemente, busca referências até nos créditos iniciais do original, onde diversas personagens de circo são ilustradas, para criar as suas, vê-se um casal de cavaleiros, uma equilibrista, um halterofilista que são contemplados em seu roteiro, e também se apropria de estéticas, como os elefantes em bolhas liláses, entre outras diversas referências, que mantêm viva a espinha dorsal de seu precursor, como a pena, o rato, o edifício em chamas, etc.


Apesar de contar uma história com mensagens relevantes, a mudança de paradigma demove Dumbo de seu protagonismo, que recai sobre a personagem de Colin Farrell, em bela atuação, de seus filhos, interpretados por Nico Parker e Finley Hobbins, e sobre Eva Green, sempre diferenciada. A vilania que antes residia no preconceito das elefantas é concentrada na personagem do excelente Michael Keaton, que incorpora a ambição desmedida e cruel. Danny DeVito e Alan Arkin completam com chave de ouro o elenco principal, e o coadjuvante é ótimo. A estética de Burton é proeminente e os critérios técnicos são todos excepcionais, contudo, a música poderia preencher melhor certas cenas, onde percebe-se a sua ausência.


#Dumbo é o melhor de Dumbo, pois Tim Burton, com perfeição, reproduziu sua doçura, sua inocência, sua carência, suas inseguranças, e sua índole, mas, infelizmente, as outras personagens careceram de profundidade e sentimentos, que aproximam o espectador da trama. Mas Tim Burton sempre vale à pena, vale assistir. #Disney

TRAILER

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