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Foto do escritorCardoso Júnior

Border- Suécia- 2018

Atualizado: 28 de mar.


O candidato da Suécia no #Oscar2019 que não chegou ao Top Five, mas muito merecidamente concorre na categoria de Melhor Maquiagem e que saiu de Cannes 2018 como o vencedor da mostra Un Certain Regard, é de fritar os miolos.

Partindo de uma adaptação literária do mesmo escritor que já nos deu o incrível e Cult “Deixa Ela Entrar”( 2008 ), o diretor sueco de origem iraniana, Ali Abbasi , consegue costurar com maestria gêneros como: O folclore nórdico que leva ao drama, mistério, suspense e fantasia confeccionando uma inteligentíssima fábula sobre relacionamentos, preconceito racial, degradação humana, diversidade sexual/gênero com tamanha coesão que nos fica praticamente impossível retirar os olhos da tela e não acompanhar a saga da sua heroína.

Originalíssimo na sua proposta, certamente poderá deslumbrar um público ou causar aversão a outro, porém sua importância temática é acompanhada de enquadramentos perfeitos, fotografia realista, direção de arte detalhada e magnífica, atuações próximas do absurdo minimalista e sim, claro, um rosto e comportamentos muito perturbadores por estarem fora do que consideramos como normalidade.

#Border, com sua pegada de thriller cerze com linha forte sua trama e seus mistérios sem nunca apresentar-nos soluções simplistas transitando por um viés muito tênue que bordeja o grotesco sem jamais resvalar nele, mantendo uma genuína sensação de estranhamento lidando com a realidade e o irracional até seu inesperado final.

Se, em #Gräns, a “deficiência” estética nos impacta já na primeira cena, a genial inclusão de um sexto sentido nos confunde e seduz irreversivelmente, levando-nos a uma conexão máxima com a natureza e a uma cena de sexo que entra para os anais da história do cinema pela magnitude explícita do prazer animal e pela magnânima concepção que quebra de paradigmas de beleza e gênero.

Assim, eis um trabalho que certamente irá para a galeria dos filmes cults, por sua aguda evolução narrativa que, através de sua complexa e emocionalmente profunda protagonista, permite-nos refletir sobre as frágeis e estabelecidas fronteiras entre a perversão do humano superior e a pureza da animalidade instintiva.

Ps 1: Lamentavelmente sem previsão para cinemas brasileiros por enquanto

TRAILER

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