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Foto do escritorFábio Ruiz

Vidro – EUA – 2019

Atualizado: 7 de ago. de 2020

#Vidro não é um filme de HQ, como muitos erroneamente o classificam, pois, seu roteiro não é baseado em publicações do tipo, entretanto, discorre sobre o tema em consequência da espinha dorsal de Corpo Fechado, um dos filmes cuja trama é retomada, assim como a de Fragmentado.

O roteiro unifica os enredos desses filmes, considerando a passagem de tempo de suas estreias, ou seja, quase dezenove anos depois do primeiro e quase dois do segundo, de 2017, mantendo o mesmo elenco envelhecido dos respectivos hiatos. Elijah Price, o vilão de Corpo Fechado vivido por Samuel L. Jackson, está institucionalizado em uma clínica psiquiátrica por seus crimes, David Dunn, personagem de Bruce Willis, auxiliado por seu filho Joseph, de Spencer Treat Clark, ainda vagueia pelas ruas tentando impedir criminosos que identifica com um toque de mãos. Já de Fragmentado, a legião que vive dentro de James McAvoy, que sofre do distúrbio de múltiplas personalidades, está nas ruas, auxiliando a Fera, uma de suas nuances, a cometer crimes e Casey Cooke, vivida por Anya Taylor-Joy, uma vítima que a Fera deixou escapar, vive em uma casa para órfãos. Surge a Dra. Ellie Staple, personagem de Sarah Paulson, que trata Elijah de forma não convencional, e caça tanto a Fera e suas contrapartes, quanto David, por causa de seus supostos poderes.

Apesar de ainda manter reviravoltas em seus finais, neste caso, até mais de uma, nenhuma causa impacto ou grande surpresa ao espectador, que espera uma resolução mais interessante para um desenvolvimento pouco elaborado e um tanto monótono. A direção de M. Night Shyamalan também não introduz novidades, mantendo seus padrões já conhecidos. Seu “cameo” usual, ao estilo de Hitchcock, também não produz o efeito que os do diretor de filmes de suspense produziram em seus filmes, sendo descartável. O grande destaque do elenco é Sarah Paulson que concede mistério à personagem sem destruir sua verossimilhança, apesar de seus métodos.

James McAvoy opera muito bem as múltiplas personalidades, em um ótimo trabalho. Bruce Willis e Samuel L. Jackson não fazem nada diferente do visto no primeiro filme. Anya Taylor-Joy é o destaque entre os coadjuvantes e Spencer Treat Clark entrega atuação competente. Fotografia, música, arte e edição são excelentes. A unificação de duas linhas dramatúrgicas em um novo filme parece uma ideia interessante, mas não funciona pois o enredo resultante é desprovido das inovações e mistérios que tornaram seus precursores minimamente interessantes.

Em Cartaz. Universal Pictures #UniversalPictures #Universal

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