Partindo de uma história real cujo foco é o racismo na América nos anos 1960, #GreenBook é uma coletânea muito previsível de clichês do gênero para quem teve a felicidade de assistir “Conduzindo Miss Dasy” (1989) .
Seguindo exatamente o mesmo formato da obra anterior onde dois seres de universos diferentes e com temperamentos antagônicos são “obrigados” a conviver durante um certo período, essa comédia dramática até pode e deve “comover” um público menos habituado com o cinema, mas vai muito pouco além disso tamanha a previsibilidade do roteiro e a repetições de situações semelhantes.
O road movie opta também por abordar o tema da segregação racial misturando acertadamente pitadas de seriedade e comédia, sem nunca se aprofundar na temática, preferindo investir muito mais na dinâmica entre os protagonistas, o camaleônico Viggo Mortensen e o ótimo Mahershala Ali, que nos proporcionam bons momentos pela perfeita química entre eles.
Com algumas pontas soltas na narrativa (principalmente no início), e um nítido medo de entrar na seara da homossexualidade, o diretor Peter Farrelly cria uma obra de época amparada por uma fotografia que capta bem a textura da época, aposta numa gostosa trilha sonora com muito jazz enquanto vai repetindo provocações sectaristas mundanas e interiores, fazendo com que o arco dramático se curve para um final tão esperado quanto, mais uma vez, previsível.
Por fim, eis um trabalho com ares de “sessão da tarde”, mas muito simpático e que repete uma fórmula para cativar o espectador com pouca vivência cinematográfica, explorando o tema da tolerância que, por sua vez, cria laços de amizades e, conseqüentemente, acaba em confraternizações natalinas.
Porém, se a vontade do espectador for apenas assistir a um "Feel Good Movie", eis uma ótima pedida.
Ps 1: Estréia prevista para o Brasil pela #DiamondFilmes em Janeiro/19.
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