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Foto do escritorCardoso Júnior

Querido Menino- EUA-2018

Atualizado: 6 de ago. de 2020


Dirigido pelo diretor belga Felix van Groeningen que já havia impactado o mundo com “Alabama Monroe” e adaptado de duas biografias de seus protagonistas, “Beautiful Boy” do pai e, “Tweak” do filho, este, mais um, drama sobre vício já tão explorado pelo cinema (“Réquiem Para um Sonho”, “Trainspotting” e “Ben Back”, que está pra chegar), eis uma crônica dolorosa sobre um pai que luta para libertar o filho da dependência química, buscando todas as soluções para o devastador problema enquanto busca na memória culpas que possam ter desencadeado o processo.

Diferentemente de outras narrativas sobre o escabroso assunto, #BeautifulBoy foge dos clichês do gênero ao desviar-se de um roteiro sobre superações ou a redenção sobre a sobriedade, investindo muito mais na jornada de um pai e uma família diante de um problema real que não apresenta soluções nem imediatas e muito menos fáceis.

Groeningen, nessa fusão de biografias, adota um fio narrativo muito bem costurado por flashbacks (contrapondo o antes, o meio e o depois do vício), enquanto pesquisa e informa sobre a neurociência da obsessão compulsiva por prazer químico e suas conseqüências cerebrais sem atenuar imagens e detalhes através da fotografia sombria e até repulsiva enquanto pontua sua história com literatura e trilha sonora que percorre sonoridades de Neil Young, Nirvana e, claro, John Lennon.

Com atuação brilhante da grande promessa que é Timothée Chalamet e do seu competente “antagonista”, Steve Carell, e do elenco de apoio, #QueridoMenino não busca impactar nem criar um drama lacrimoso embora a atmosfera opressiva dos inócuos tratamentos e sucessivas recaídas, prenda e comova o público com a tragédia e desgaste familiar retratado quando um dos seus entes queridos se entrega a auto-destruição sem nem ao menos saber porque.

Ps: Estreia prevista no Brasil, Fevereiro/2019 pela #DiamondFilms

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