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Foto do escritorCardoso Júnior

A Esposa- EUA-2018

Atualizado: 18 de ago. de 2020


Elogiadíssimo pela crítica quando de sua passagem pelo Festival de Toronto, baseado no romance de Meg Wolitzer, roteirizado por Jane Anderson e dirigido pelo diretor sueco Bjorn Runge, #TheWife, pode parecer a olhares menos atentos, apenas mais um filme para TV e, seria caso se nele não encontrássemos uma gama de elementos cinematográficos e dramaturgicamente perfeitos. A transcrição da literatura para a telona (o roteiro), é de uma concisão espantosa gerando um trabalho extremamente sóbrio, estruturado num “timing” perfeito, com atuações relevantes com nítido e magistral destaque para a portentosa Glenn Close.

Situando as ações em dois períodos temporais, 1992 e 1950, perfeitamente entrelaçados através dos poucos, mas interessantes flashbacks, a narrativa extremamente atual sobre: “atrás de um grande homem sempre existe uma grande mulher que vive à sua sombra”, A Esposa, em suas sutis subcamadas, vai muito além de um mero conto sobre casamentos, mostrando-nos a condição de mulheres que, mesmo instruídas, abandonam suas prioridades ao cederem as tênues chantagens dos pares criando uma névoa sobre a construção de uma relação amorosa gerando um leve suspense que convida o expectador a juntar as peças.

Glenn que já teve seis indicações ao Oscar, não precisa de muitos diálogos para expressar a gama infinita de sentimentos contidos em sua personagem, configurando uma das atuações mais poderosas e impressionantes deste ano enquanto sua filha na vida real, Annie Stark, nos mostra uma interpretação digna que, sem dúvida, foi uma grande e oportuna sacada do diretor enquanto Jonathan Pryce, numa atuação confiante e generosa, aceita ser visto como “menor” diante da monstruosa parceira de cena.

Sem nenhuma cena de ação exterior, mas com incontáveis turbulências internas em todas as personagens, a inteligente direção aposta nos espaços fechados privilegiando seu elenco, e nos afiados diálogos do roteiro sem abrir mão de requintados pormenores técnicos dignos de registro que não competem com seus atores, levando-nos com muito estilo e nenhuma presunção a um último ato inesperado que, certamente, promoverá inúmeras reflexões sobre o papel da mulher na sociedade, provando e comprovando que é possível fazer cinema de alta qualidade sem nenhuma pirotecnia, apenas juntando um roteiro coeso, uma direção que sabe o que quer contar e um elenco comprometido com os dois primeiros.

Estreia prevista no Brasil em Janeiro/ 19

TRAILER



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