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Foto do escritorFábio Ruiz

Juliet, Nua e Crua – EUA – 2018

Atualizado: 18 de ago. de 2020


Annie mora em uma cidade litorânea na Inglaterra, trabalha no antigo cargo de seu falecido pai no museu local, e namora Duncan, um professor universitário, fanático por Tucker Crowe, um cantor de rock alternativo que ganhou grande fama com seu álbum, Juliet, mas que, misteriosamente, desaparece após um show, sem nunca mais voltar ao cenário musical. Annie, com dificuldades de se comunicar com o namorado, usa do site que ele mantém sobre seu ídolo para dialogar, fazendo uma péssima resenha de um CD Demo que Duncan recebeu, misteriosamente, pelo correio, que instiga o verdadeiro Tucker Crowe a se corresponder com ela, disparando os conflitos da trama.

O roteiro de Evgenia Peretz, Jim Taylor e Tamara Jenkins é quase todo linear, e apresenta uma comédia romântica que brinca com as questões de imagens, entre aquelas que criamos de nossos ídolos, romanceadas, e a sua verdadeira, nua e crua, que, normalmente, difere completamente das primeiras. Na brincadeira, apresenta belos conflitos familiares de Crowe com suas ex-mulheres e seus filhos com quem teve pouco, ou nenhum, contato, sem, em momento algum, apresentar vieses de pieguices ou melodramas e uma simpática e engraçada trama romântica que se avulta e aprofunda com as questões pessoais, tanto de Annie, quanto de Tucker, que vemos se transformarem organicamente ao longo da narrativa. Ainda apresenta diálogos sagazes e velozes, que tocam o humor negro. A direção de Jesse Peretz é excelente, visto que seu currículo é mais extenso na televisão, com maior destaque na orientação dos atores, mas também entregando ótimos enquadramentos e imprimindo excelente ritmo de comédia. Ethan Hawke está possuído em tocante e verossímil atuação, captando com muita delicadeza as diferentes facetas dos conflitos e tensões dramatúrgicos. Somente sua atuação já valeria a ida ao cinema. Rose Byrne, também ótima, segue na linha de Hawke, construindo com ele grande química cômica. O resto do elenco é excelente, destaques para Chris O'Dowd, como Duncan e o menino Azhy Robertson, como o filho mais novo de Crowe, e sua redenção, Jackson. A fotografia agrega muito ao tom de comédia, a música idem, arte e edição são excelentes.

Uma comédia româtica inteligente, criativa, sagaz, como há muito não se via nos cinemas, ouso dizer, a melhor da década, é o que apresenta Jesse Peretz, com o tocante Juliet, Nua e Crua, imperdível. PS: Em cartaz.

TRAILER

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