top of page
logo.png
Foto do escritorMatheus F.

Ozark - EUA - 2018

Atualizado: 6 de ago. de 2020


Para vocês que acompanharam Breaking Bad durante suas boas temporadas, sentem saudades do icônico professor de química Walter White e esperam por algo que os agrade tanto quanto, Ozark, drama produzido pela gigante vermelha do streaming, talvez duvidosamente, e com uma boa dose de força de vontade, seja bem parecido com a “Química do Mal”. E como queríamos que fosse! Queríamos sim! Afinal, as comparações são inerentes e se grande parte das boas características que a série da AMC possui, além de um pai de uma família suburbana de classe média acabar envolvido no perigoso mundo do tráfico de drogas, estivesse presente aqui, teríamos espaço de sobra para premiações.

Chutando alto e com certa certeza, diria que muitos dos fãs de Breaking Bad foram atraídos pela ação e acontecimentos ao invés do desenvolvimento de personagens, direção de arte ou qualquer outro aspecto que faça parte da construção da série, não que estes não estejam presentes ou sejam ruins, muito pelo contrário, as inúmeras premiações estão ai para provar, mas o ponto é: Essa opção por ser “direto” no roteiro, é que faz de Ozark, além da similaridade já exposta, uma escolha para considerar. Mas é aí que tá, essa firmeza em pular diretamente no centro da premissa, literalmente, evita de mostrar cenas que possam oferecer representações de construções de personagem e desenvolvimento de caráter, e quando surpreendentemente achamos que, “agora vai”, o desenrolar é tratado com desonestidade e sem qualquer reação crível por parte dos personagens, sem falar da inerente falta de tempo para essa suposta tentativa. O que resulta em atuações rasas, não pelas “desqualidades” do elenco, mas pelo simples fato do enredo engessado não permitir. Claro que há exceções, e muito provavelmente a única possível seria Ruth, interpretada por Julia Garner, a única personagem em Ozark que você nunca viu antes, uma mistura de astúcia mal aplicada, criação amoral, vulnerabilidade oculta, maturidade acelerada e inocência inconveniente. Uma pena não podermos ver mais disso durante os dez episódios.

Além disso, o problema de Ozark se apoiar tanto em suas maquinações é que na maioria das vezes elas são difíceis de comprar, muito disso, também, pela quantidade de situações que nos são apresentadas. O personagem principal, interpretado aqui por Jason Bateman, sempre tem uma solução milagrosa ou ideia rápida para sugerir, um próximo passo para propor, e às vezes até ele claramente não tem certeza do plano, mas para dar continuidade a história, o mantém vivo. E isso tudo é feito e construído com a garantia de que estamos melhorando e progredindo. O que na maioria das vezes, é simplesmente convincente porque é impulsionado pelos acontecimentos, levando-nos a seguir em frente para ver o que vem a seguir, não necessariamente pensando em como ou por que essas coisas estão acontecendo quando chegamos a elas.

TRAILER



bottom of page